domingo, 29 de novembro de 2015

os culpáveis (6)



Onde estaria o Uzo numa hora dessas? preso no quartinho de algum barraco infame, ou amarrado e amordaçado no bunker do trafica local enquanto uma assembléia de meliantes decidia sobre a sua continuidade neste plano físico e espiritual?, imaginava o pobre sentenciado, levado por entre névoas turvas para um descampado: rinoceronte abatido sendo arrastado pelo chão, um vulto prestes a se tornar anônimo, a bata comprada num brechó afro do Greenwich Village rasgada e ensangüentada, a mais nova vítima da guerrilha urbana, morto por engano, caído no matagal, descarnado por urubus indiferentes ao manjar de carne cevada por comidinha glúten, sódio, açúcar, lactose e picanha free, como ele mantinha aquele corpitcho pra lá de bem fornido banindo todo o rango trasheira eu nunca chegaria a saber.
― Você trouxe o gringo pruma armadilha? Suas pupilas estão dilatadas, usaram drogas? Manteve relações sexuais com o seqüestrado? ― Moura, o federal das unhas manicuradas, repetia basicamente o roteiro do interrogatório factual dos outros policias, com a notável exceção de, aqui e ali, inserir esse tipo de perguntas capciosas entre um gole e outro de Red Bull.
― Falando nisso, doutor, posso dar uma ligada pra Brenda? Ela deve estar...
― Nem pensa, essa porra precisa ficar livre caso os caras liguem pra pedir resgate. Sinceramente, seqüestro é a melhor hipótese pro seu amigo... e pra você também. O seu outro comparsa imbecil foi liberado, não cantou nada, tudo que temos é: um americano sumido, a embaixada apertando nossas bolas, e a conversa mole de um jornalista chapado ― Faraco, o do Rolex, transitava do morde pro assopra com uma facilidade alucinante, sobrepondo na mesma e indivisa pessoa as máscaras do good e do bad cop, mas o pior estava reservado pro grand finale da noite em claro.
― Seis da matina, por hoje é só. Vamos ― levantaram juntos.
― Ei, vocês vão me deixar aqui?
― Não, você vem conosco, o governo do seu país vai te dar uma carona e dois carrapatos. O delegado não tem nenhum motivo pra te prender, e nós nenhum pra ye soltar. Enquanto essa trolha não sair da nossa bunda você é nosso.
Menos mal que eles iam me levar pra casa, menos bem que iam ficar lá hospedados até a fita se desenrolar, se por um lado perdera o financiamento internacional, do outro ganhava dois guarda-costas particulares e o rolê na barca chapa fria da PF, se tivesse que pegar o buso naquele fim de mundo ia ser foda, mas a foda maior seria explicar pra namorada que o meu apê aumentaria a taxa de ocupação, organizador de fatos n².k.π.fatorial: Brenda é a gatinha de saias curtas e coxas grossas que tem matado a minha sede carnal quase tanto quanto saturado meu volume sacal, o velho lance da posse condicionada, comigo as mulheres invariavelmente recaem na pira do “vou mudar esse cara”, constatada a impossibilidade, dão no pé e passam a me odiar com gosto, tenho sólidas suspeitas de que na contabilidade da Brenda estou a poucas pisadas na bola de levar a bota final.
― Escuta aí, ô repórter, na tua área tem um monte de bicha, tem não? ― Moura, o do cabelinho à boys band, quebrou o gelo na viatura enquanto voltávamos.
― Acho que sim, quer dizer, não sei se tem mais ou menos, também eu não conheço outra profissão...
― E o capitão Nascimento, você acha que, talvez, ele poderia? ― Faraco parecia me introduzir a uma espécie de polêmica interna da dupla.
― Qual, o do filme? Bom, nunca pensei nisso... ele era casado, ou separado, acho, na verdade tem o lance lá com o filho.
            ― Isso não quer dizer nada, sempre se pode mudar, não?
― Que eu me lembre, na época, a grande dúvida é se ele era fascista.
― Ah, mas a imprensa esquerdinha caviar sempre pensa isso de nós ― havia uma indisfarçável mágoa na voz do Faraco.
― De todo modo é meio forçado, há poucas evidências disso, tanto no Tropa 1, como no 2 ― bizarramente, lá estava eu tentando ser a voz da razão na pendenga.
― Tem razão, e depois, nestes casos nunca existe prova definitiva: o camarada se vestir de mulher não faz dele gay, gostar, e até transar, com homem não quer dizer que seja...
― Bom, mas então o que seria um gay?
― É quando o sujeito sofre por causa de homem.


quarta-feira, 25 de novembro de 2015

os culpáveis (5)



O tenente Carmona tem idéias definidas:
― Pega um, mastigando você pensa melhor ― estendeu-me a embalagem de chicletes sabor canela.
Não gosto de chicletes, nem do sabor canela, mas aceitei porque era a primeira coisa que me ofereciam além de tabefes e socos nas costelas naquela delegacia.
― Desculpa tenente, não é querer lhes dizer como fazer seu trabalho, mas o senhor poderia dizer ao pessoal do plantão pra parar de bater no meu amigo Tomate? Não é má vontade dele, ele não fala mais desde que foi atropelado e perdeu um meio quilo de miolo...
Pelo rádio pendurado no peito do uniforme cinza do oficial chegou um sucinto QAP informando que o elemento conhecido como Chacal acabara de bater os chinelos de dedo, sem se alterar, respondeu burocraticamente e voltou a fixar um ponto bem no fundo dos meus olhos.
― Que leve meu salve pessoalmente ao Satanás. Parabéns pra rapaziada.
Tardei pra reagir com algum grau de adequação à nova situação: tiroteio num bar de perifa, seqüestro do negão da SUV, e dois suspeitos que não estavam “colaborando” nas investigações da entediada equipe de plantão da delegacia local, isso que dá ter cheirado em serviço, agora pra voltar ao modo normal de cidadão brasileiro lidando com o serviço público da pátria amada tava osso, minha sugestão de que uma reportagem sobre as difíceis condições de trabalho da polícia militar não despertava o menor entusiasmo no Carmona, ele parecia mais interessado em outro detalhe do caso.
― Gringo, você disse? Veja, meu amigo, se você me ajudar, eu te ajudo, tamo aqui trampando de madrugada por um salário de fome, esse caso complica cada vez mais, e não tem nem uma apreensão, um agradinho pros rapazes. Assim fica difícil.
― Claro, claro, entendo bem esse lado, senhor, trabalhar por salário de fome é comigo mesmo, é que... já disse tudo várias vezes, tentei fazer o gringo desistir, mas ele é loucão, queria porque queria conhecer os fluxos da quebrada, acha que a nossa malandragem é revolucionária, e coisa e tal, esses papo de ongueiro esquerdopata...
Naquele momento entrou um policial civil na saleta obtendo a inteira atenção do tenente, segundo as notícias, dois agentes da federais estavam a caminho e o caso subia de jurisdição, não seria nem chamada a divisão anti-seqüestros da capital, o PM se levantou subitamente me descartando da sua zona de preocupações imediatas, o consulado americano havia confirmado a minha história.
― Tu fica aqui mesmo, os caras tão vindo ― o tenente Carmona percebeu que eu fiz menção de me levantar ― Moraes, avisa seus homens pra diminuir com o outro suspeito lá, parece que é débil mental mesmo. Você vai sentir saudade de nós, meu amigo.
O chiclete tinha um gosto terroso que demorei a associar com o gosto de sangue oriundo dos tabefes dos tiras, era de se admirar a limpeza e eficiência das autoridades: os camaradas me bateram pra caraca sem deixar vestígios, estava com dor em tudo que é lado e sem uma marquinha ou machucado, serviço profissa, embora fosse de se esperar que não houvessem sido tão cuidadosos com o meu broder, imaginava o pobre Tomate transformado num molho bolonhesa, e já que a noite era uma criança, só me restou esperar feito corno pelos dois próximos personagens daquela comédia de humor negro, agentes Faraco e Moura.
O policial federal Moura tinha cabelo de cantor de boys band e unhas manicuradas, mas o que mesmerizava o meu olhar era o bem mais preocupante Rolex dourado no pulso do Faraco, ambos mascavam chicletes e bebiam quantidades industriais de energético, trataram os demais canas com o mais absoluto desprezo e providenciaram o pior café da minha vida, capaz de lançar um diabético em coma com meia golada, desde o primeiro momento deixaram evidente o quanto cagavam pros meus contatos na grande mídia, Moura estava com o meu celular na mão.
― Quem é Brenda?
― Minha... mina, quer dizer, estamos saindo, ela quer um lance mais, tipo compromisso, sabe como são as mulheres...
― Bom, acho que vai ter que problemas com ela. Mas isso vai ser mais tarde, por enquanto este celular, e o senhor, são os nossos únicos contatos com o senhor Uzodima Iweala.
― Qual é a relação entre você e o americano? ― Faraco fazia a pergunta a poucos milímetros do meu rosto, felizmente pra mim, usava o perfume Gió da Armani.
Contei toda a história pela milésima vez na noite, atropeladamente como é do meu estilo, desejoso de agregar sinceridade a cada frase, nessas horas eu sempre penso que a minha vida seria mais fácil se eu falasse como o José Miguel Wisnik escreve.



domingo, 22 de novembro de 2015

os culpáveis (4)


Acontece que para designar o desejo de fazer (ou se fazer) sofrer, torturar, e até mesmo matar, em todos esses casos a crueldade seria extremamente difícil de determinar ou delimitar; uns reconhecem aí a essência astuciosa da vida: a crueldade como força vital sem fronteiras e sem oposição, quer dizer, sem fim nem contrário; outros já sustentam que o derramamento de sangue é contínuo, mas não há história sem contraposição, sinto muito pela bolha de segurança que o mundo ocidental construiu à sua imagem e semelhança, a guerra ao terror e às drogas, o ecoapocalipse nos acachaparam no ground zero das Torres Gêmeas, Nova Iorque ou Cabul?, Paris ou Tijuana?, Jacarta ou Osasco?, o futuro é um lugar onde o centro e a periferia chafurdam na mesma lama depois da bomba explodir, do drone focalizar a mira, do avião cair, somos todos iguais e indiferentes antes do fanático/maluco/milico entrar na cena metralhando a esmo.
            E acontece também que o Uzodima não teve papas na língua quando se tratou de explicar por que me queria: segundo ele, eu sou o “homem circunstancial”, um cabra totalmente marcado pelas condições do entorno, ou seja, totalmente determinado pelos parâmetros do aqui e agora, sem a mais leve réstia de princípios éticos universais ou uma moral própria, portanto, um “objeto antropológico” ideal para estudar o tal mundo pós-pós, dá pra agüentar amigos assim?, ele parece muito interessado na nossa cultura das margens, organizou uma visita a um “fluxo” na periferia de São Paulo, e continuou filosofando: o Brasil não é como a África, onde a barbárie reina sem máscaras, aqui temos eleições livres, a justiça dos ricos, imprensa livre, liberdade de ir e vir... só que não.
            Só que não foi o que eu e o Tomate pensamos logo, não que o Tomate tenha dito alguma coisa (ele nunca fala nada), mas não gostei de cara do cheiro da mexerica: um gringo negão e dois manes no Valo Velho?, e o Uzo nem conhecia direito o cara que era o contato dele lá na quebrada, mano, zona sul de Sampa não é para os fracos, além do mais ele alugou uma barca enorme pra nos levar ao pico, afinal, aquele corpanzil beirando os duzentos quilos não cabia em qualquer carrinho mille mais discreto, a balada toda tinha jeito de programa de índio, mas, o cara tava pagando.
            ― Que cara é essa, bro, estás aburrido?
― Quase nada meu irmãozinho, só tô deixando de ver a minha mina hoje pra pagar um mico tamanho família, num lugar perigoso que nem o waze sabe onde fica, tirando isso, tô bem sussa...
― Enton stay cool man, sussa, right?. Esse cara no habla nada?
― Suave na nave, my brother Uzo, o Tomate não faz mal a ninguém, é o nosso pé de coelho nesta doideira, relaxa, não ia deixar o broder moscando em casa sem fazer nada.
― Exacto, yo, ainda non vi fazer nada esse cara.
Batata, nos perdemos numas quebradas sinistras, até que parei a caranga num boteco de porta de garagem pra pedir informações, enquanto e não, decidi dar um pulinho no banheiro do pé sujo, que no caso era um terreno baldio ao lado do bar, precisava urgentemente dar uma cheirada.
Quando voltei ao balcão, senti uma sombra cruzando meu campo visual, achei que iam assaltar o boteco, mas o dono olhava por sobre o meu ombro com uma expressão mais curiosa do que preocupada, a cena acontecia à minhas costas, fora do bar, pedi um maço de derby, paguei, e só então me virei pra olhar também, um cara pra lá de mal encarado puxava o Uzodima pra fora da van alugada e lhe apontava uma arma pra cabeça, um segundo cara de boné imenso saiu em seguida de dentro da van dando tapas e coronhadas no Tomate, após deixar o pobre desacordado no chão, dirigiu-se a nós dentro do bar.
― Todo mundo no chão, seus zé-ruela do caralho!
Como se não tivesse sido suficientemente claro, começou a disparar na nossa direção, atirei-me ao chão caindo entre latas, copos, garrafas, caixas e uma chuva de vidro quebrado, um projétil atingiu a mesa de sinuca atrás da qual me escondera, a balaceira nos manteve cinco longos minutos colados ao chão, quando saí do meu esconderijo as portas da van continuavam abertas, as luzes internas acesas iluminando o desamparo do veículo recém vandalizado, do Uzodima só restava um botão da sua bata afro, desprendido provavelmente na difícil saída do carro do obeso amigo, uma nuvem subia ao céu estrelado inundando a noite com o cheiro inconfundível da pólvora.


domingo, 1 de novembro de 2015

os culpáveis (3)



            Os pobres são o graveto na roda do sistema, o detrito tóxico produzido pelos intestinos diabólicos da política, da economia, da religião e dos reality shows, mas o pior fica reservado aos que se tornaram pobres, esses os verdadeiros órfãos da terra, os que dormiram no ponto de Canaã e só desceram quando o Expresso 2222 parou no Complexo do Alemão, ok, o acima descrito muquifo que me alberga não fica na Cidade Maravilha mas no centrão de Sampa, o glamouroso Edifício Prestes Maia 911, onde aluguei uma quitinete plus size na imobiliária Sem Tetos do Centro, endereço ao qual sou proibido de levar minha filha (e que também estou prestes a perder por inadimplência), organizador de informações nº 427: o meu, por assim neoliberalmente dizer, processo de escorregamento vertical descendente na escada social resultou de um combo azarado da crise na mídia tradicional com outros probleminhas no tocante a manguaça e no inalante a cocaína, certa vez um médico me explicou que o álcool e o pó formam uma nova droga dentro do corpo, o que pra mim descreve satisfatoriamente a indescritível sensação bipolar de enfiar o pé no freio e no acelerador ao mesmo tempo quando enfio o pé na jaca.
            Aqui, na maior invasão habitacional da América do Sul, me domiciliei no 12º andar dos 20 ocupados (os 2 últimos, interditados por um vazamento, servem como depósito de entulho), aliás, 12 longos andares que o Uzo maldisse em bom inglês na penosa ascensão com as bagagens, a vista gourmet da sala inclui janelas de parede inteira com vista pra face cega do prédio vizinho, localização privilegiada na avenida do mesmo nome, o Prestes Maia é o epicentro de uma intensa vida social congregando umas 1500 pessoas de 300 e tralalá famílias, além de diversos serviços como cabeleireiros afro, manicures, pequenos comércios de balas e doces, salas de reunião, distribuidores de água e gatonet, além dos inevitáveis barzinhos e biqueiras, e é diante de um dessas distribuidoras de paraísos artificiais que me encontro com 2 Franklins emprestadas pelo Uzo coçando no bolso e milhões de dúvidas depositadas nalgum paraíso fiscal do cérebro, tudo bem, recapitulando, pra traduzir a tragédia e trair o dramaturgo, vamos aos números mágicos: com o dólar a quatro, aquele volume vivo das duzentas doleta (!) nas minhas calças dava uns 800 paus, suficientes pra matar as locações atrasadas com o movimento social da ocupação, mas que também poderiam amortizar a dívida com o trafica local e ainda financiaria uns pinos extras pra eu merecidamente cheiremorar minha redenção financeira e moral, adivinha no que deu a dúvida cruel: é a tal coisa, pulvis est et in pulverem reverteris, deve ser daí que tiraram o termo “revertério”...
            ― Mas então, Uzodima meu velho, que tal me explicar essa pauta mutcho louca que tu vendeu pros publishers lá na gringa? Quer dizer que este Brasilzão em crise é o bicho, somos o país cyberpunk do momento? ― depois do microteco que dei lá mesmo na biqueira, já não consigo falar com o amigo ianque sem lembrar que ele escreve numa revista com anúncios perfumados e artigos estilosos que ensinam a levar uma vida estilosa.
            ― Se prendes los números entendes, bro, 1 % poseen 50 % do world´s wealth, esto non é o sociedade que vai prezar valores de democracia e liberalismo, este mundo é de países autoritarian light, acá está em process um grande social experiment, o Brazil disfraza mejor que Rússia ou China, é um democracia representativa apparently, só que non, como se dice.
― Hahaha, malandro, por essa nem os nossos sonhos mais ufanistas esperavam, quer dizer que somos mesmo o país do futuro, só que o futuro é uma bela bosta tipo Walking Dead, e por isso largamos na frente dos outros?, que fase, até quando a gente dá certo é porque deu errado, você diz que nós estamos desenvolvendo alta tecnologia na área do discurso oficial cínico, o famoso me enganation que eu gosto, e tu teve esse insight incrível assistindo o 7 a 1 da Alemanha no ano passado, vocês não vão traduzir essa bagaça, certo?
― Ok, esto uma issue que preocupa, brasileiros tem elevada sensibilidade com opinion ajena, mas todo western world pode estar sufriendo um gran cambio narrativo, quando eu assisti um broadcast de americana grande rede television do 9/11 em vivo, escuché que Satan´s face se podia veer em las llamas de una de las Torres Gémelas caídas, em este momento percebi que las fuerzas del império no más fingiam utilizar discurso de la razón, foi momento de enormous debasement de lenguaje em gran escala. De então pra frente, vem estudiando evolução deste degradación do narrativa ocidental. Esse cara nunca fala, bro?
― Relaxa, Uzo, o Tomate é gente fina, só ficou um pouco mais calado depois que foi atropelado, ele agora padece do mesmo mal que você: essa insuportável mania americana da sinceridade brutal ― realmente era um espanto, Uzodima, mesmo sendo filho e neto de afroamericanos emergidos da ação afirmativa, não deixava de apresentar essa tara wasp pela verdade.
― E você, irmãozino que me aluga cafofo, é mais complete personificación deste homo post post modern dystopian. Onde tiene comida saudável around?