o tempo se despega de mim
como se estivesse trocando
de pele
cada manhã custa renovados compromissos
acordo comigo mesmo
ruminando
cada vida que um dia
me aconteceu espero
algo
que ainda não tem contorno
(apenas pulso) continuo
a vigília mas deixei
de reparar deixei de me importar
com a chuva
com padrões de privacidade mas
relâmpagos alagam de luz
pontes vias expressas e logo as devolvem
ao breu
rasga a madrugada o raio-serpente
iluminam-se os sete bilhões de rostos
do Senhor do Mundo
a rede aviventa os mortos-vivos
banais consumidores de infernos
bairros ruas e condomínios fechados
Nenhum comentário:
Postar um comentário