quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Terapia de Grupo


            Mineirim, cabadim de chegar a Sumpaulo, foi que foi tentando se misturar ao povim desta cidade-gado, deste povo marcado e feliz. Mas o que tava pegando mesmo era que num pegava muié niúma, nem gripe ele tava pegando, aliás, mineirim tava que nem mega-sena: só acumulava.
            Vai ver era a o um-sete-um, parecia que o xaveco dele não entrosava com essas minas ariscas da capitar; resultado: tava feito largatixa, subindo pelas paredes e praticando, dia sim outro também, justiça com as próprias mãos. Achou nos classificados a solução: Consultório psicológico, venha resolver seus problemas sexuais e de relacionamento. Terapia de grupo.
            Perfeito. Ligou e marcou a consulta num endereço descolado da Vila Madalena. Umas cinco pessoas se achavam sentadas formando uma roda em torno do terapeuta, que tirou os mocassins e se sentou na poltrona cruzando as pernas na posição de lótus.
            ― Bem, acho que estamos todos. Poderíamos começar com cada um se apresentando brevemente e falando um pouco da questão que o trouxe aqui.
            ― Certo. Meu nome é Thiago, trabalho com design, sou casado e venho ultimamente ficando com um amigo e achei que precisava trabalhar melhor a minha bissexualidade.
― Eu sou o Nelson, advogado de direito ambiental, estou vivendo uma situação no meu casamento em que a minha mulher está tendo um caso extraconjugal e estou aqui para transar melhor isso na minha cabeça...
― Olá todo mundo, me chamo Mara e trabalho como tatuadora e piercer, vim porque, desde pequena, quando vejo as bundinhas e peitinhos das meninas, fico louca. Resolvi assumir que sou lésbica.
― Meu nome é Antônio, cabei de chegar de Minas e até hoje pensei que eu era pedreiro, mas ouvindo ocês, descobri que eu sou mesmo é lésbico!

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